Ancorados nos pressupostos teórico-metodológicos da psicologia histórico-cultural, objetivamos discutir como estu-dantes do primeiro ano do ensino médio da rede pública estadual percebem a escola e analisar como essas percepções se relacionam com sua aproximação/afastamento dos processos de ensino-aprendizagem. Reunimos duas pesquisas de iniciação científica, uma realizada a partir das respostas de questionários aplicados a 86 alunos do período diurno e outra de dois encontros realizados com 57 alunos do período noturno. Resultados demonstraram que os adolescentes destacam as condições materiais e de organização da escola como aspectos que os afastam das atividades de ensino, assim como valorizam a relação dialógica com o professor como central para seu envolvimento com os conhecimentos. Evidencia-se que os adolescentes estabelecem uma relação de caráter pragmático e socializador com a escola, pois frequentá-la seria um meio de alcançar um emprego ou de convívio com os colegas. Concluímos que é preciso reconhecer os alunos como atores ativos no processo de transformação escolar e desconstruir a concepção de adolescentes como naturalmente desinteressados. Ressaltamos a importância de se construir espaços para maior participação dos alunos com a finalidade de favorecer novas reflexões sobre o contexto escolar e sua relação com a vida atual e futura dos jovens.